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Uma noite de estrelas

  No último dia 03 de março foi à óbito Antônio de Pádua Torres. Compadre de dois de meus filhos, contraparente casado com minha tia Marizé. Ela falecida no dia 27 de setembro de 2019. Primeiro esperancense a ocupar o mais alto posto do Ministério Público, com assento na Câmara Criminal. Filho do agente fiscal Severino de Alcântara Torres e dona Corina Coêlho. Faria 81 anos no próximo dia 15 deste mês. Votos de pesar foram registrados pela prefeitura local, Câmara Municipal de Campina Grande, Academia de Letras de Campina Grande e a Ordem dos Advogados seccional campinense. Era um grande conhecedor da nossa história, mesmo porque dela participou ativamente. Em nossa cidade, trabalhou na antiga concessionária Chevrollet, que funcionava na rua do Sertão; foi Secretário de Administração na primeira gestão de seu Luiz Martins e, imaginem, ex-aluno do Seminário Propedêutico “Nossa Senhora das Graças”, organizado por Padre Palmeira (1957). Uma noite amanhecemos o dia ouvindo música e
Postagens recentes

Reminiscências, por Chico de Pitiu

Francisco Cláudio de Lima – Chico de Pitiu – é o autor do livro: 50 Anos de Futebol e etc, uma ode ao esporte local, riquíssimo pela sua narrativa histórica, e raríssimo de se encontrar. A minha edição é de 1994, ano de seu lançamento; a obra tem prefácio do Professor Nino Pereira. Conheci Chico de Pitiu na calçada da livraria de Audalécio, que também era proprietário da VestBem. A livraria ficava ao lado da Movelaria de seu Otávio, e hoje funciona uma lanchonete. Chico Cláudio era uma pessoa simples. Cumprimentei-o. Falou-me do livro. Foram poucas palavras. Para mim era a figura de um escritor, algo que para a época era inatingível. Comprei o livro. Mas não o encontrei para pegar o seu autógrafo. Naquele tempo parece-me que ele residia na rua Nova. No entanto, a minha curiosidade pela história não passava disso: uma breve leitura sem grandes compromissos. De seu livro selecionei as suas “reminiscências”, que passo a transcrever: “[...] A cidade continua crescendo e em plena f

Cronologia da Produção Jornalística de Esperança-PB

  Pequena lista dos jornais de Esperança: 1. O Farol, de José Maria Passos Pimentel (s/d) 2. A Seta (1928), do jornalista Tancredo de Carvalho 3. O Correio de Esperança (1932), com direção de Odilon Feijó, redatores: Luiz Gil de Figueiredo e Severino Torres 4. O Tempo (1932) de José de Andrade, com gerência de Teófilo Almeida 5. O Gillete, de Sebastião Lima e Paulo Coelho (1937) 6. O Boato, de Eleazar Patrício e João de Andrade Melo (1940) 7. Vanguarda Esperancense (1960) dirigido por João de Deus Melo 8. O Mensário (1970), da prefeitura local 9. Jornal Estudantil (1984), de Evaldo Brasil, João de Araújo e outros 10. Novo Tempo (1985), jornalista responsável Evaldo Brasil 11. Tribuna Independente, depois renomeado Tribuna de Esperança (1986) de Otílio Rocha 12. A folha (1988) de Armando Abílio, jornalista responsável Otílio Rocha 13. Jornal da AALE (2013) 14. Jornal Local (2014) 15. Jornais de festa: O Clarão dos alunos do (Instituto Elízio Sobreira, do pr

A morte e a ressurreição de Padre Antônio

  O romance é um gênero literário narrativo atemporal com ambientes e personagens que contam uma estória; em geral tratam de fatos grandiosos de um herói ou de seu povo e a sua origem remota às epopeias. Nós não temos muitos romancistas em nossa terra, por isso a notícia do livro dos irmãos Thomas Clementino Sales de Lima e Lucas Clementino Sales de Lima nos chama a atenção pelo seu ineditismo. Lançado pela Editora Arribaçã, a obra possui 369 páginas no formato 14 x 21 cm. Diz Evaldo Brasil que a obra é “ envolta em situações de muito humor, mistério, suspense e drama, a narrativa consegue prender nossa atenção a cada página, a cada capítulo, no que poderia retratar a realidade de qualquer pequena e pacata cidade entre os anos 70 e 80 do século passado ”. Thomas, um de seus autores, é filho de Esperança, graduado em direito pela Unesc (2018), especialista em Direito Penal e Segurança Pública com Pós-Graduação pela FIP. Atua em todo o território paraibano e é sócio do escritório “

Donatila Lemos, por Magna Celi

Trago aos leitores a homenagem que foi lida pela poetisa Magna Celi no dia quatro de novembro de 2008, por ocasião da missa de sétimo dia de falecimento da Professora Donatila Lemos: “[...] meu pai me matriculou no Externato São José, cuja diretora e proprietária era a professora renomada Donatila Melo, de didática rígida, usando a palmatória para que os alunos apresentassem sempre os deveres feitos, além de aprenderem a obedecer aos mais velhos e a respeitá-los. A mãe de Donatila, Dona Finfa, ensinou-me as orações necessárias para realizar a primeira comunhão, pois éramos católicos. Também havia Inah, irmão adotiva da professora, que, ajudava os alunos nas matérias de Geografia e História do Brasil, copiando para os alunos as lições em seus cadernos, suprindo assim a falta de livros. Nossa mestra Donatila era uma pessoa de personalidade forte, muito estudiosa e realmente sábia, que dedicou a sua vida inteira ao magistério. Sempre tive muita admiração por sua perseverança nos

As produções da Tamarineira

  Silvino Olavo começou a apresentar sintomas de sua doença em julho de 1929. Na época, não havia qualquer inclinação à loucura, sendo tais casos tratados como “crise de nervos”. Dizia-se “atacado de ligeiro incômodo”, reservando-se no Pilar, onde residia a sua noiva. Em carta a Epitacinho, João Pessoa que ele foi em vésperas de São João para o Engenho Recreio daquela cidade. O seu estado se agravara em dezembro do mesmo ano, quando ao desembarcar do “Flândia”, um navio holandês, que partira do Recife com destino ao Rio, apresentou um gesto inusitado. O seu biógrafo João de Deus Maurício comenta o seguinte: “ Quando o navio atracou no porto e foi lançada a escada para o desembarque dos passageiros, o Presidente João Pessoa foi o primeiro a descer, e ficou à beira do cais, esperando pelo seu auxiliar. De repente, apareceu Silvino, conduzindo a maleta na cabeça. Este seu comportamento causou certa estranheza ao Presidente e observada por vários amigos que se encontravam no local.

Zé-Poema

  No último sábado, por volta das 20 horas, folheando um dos livros de José Bezerra Cavalcante (Baú de Lavras: 2009) me veio a inspiração para compor um poema. É simplório como a maioria dos que escrevo, porém cheio de emoção. O sentimento aflora nos meus versos. Peguei a caneta e me pus a compor. De início, seria uma homenagem àquele autor; mas no meio do caminho, foram três os homenageados: Padre Zé Coutinho, o escritor José Bezerra (Geração ’59) e José Américo (Sem me rir, sem chorar). E outros Zés que são uma raridade. Eis o poema que produzi naquela noite. Zé-Poema Há Zé pra todo lado (dizer me convém) Zé de cima, Zé de baixo, Zé do Prado...   Zé de Tica, Zé de Lica Zé de Licinho! Zé, de Pedro e Rita, Zé Coitinho!   Esse foi grande padre Falava mansinho: Uma esmola, esmola Para os meus filhinhos!   Bezerra foi outro Zé Poeta também; Como todo Zé Um entre cem.   Zé da velha geração Dos poetas de 59’ Esse “Zé-Revolução” Ainda me

Uma carta do Padre Zé

  A carta a seguir foi extraída da reportagem de André Aguiar publicada no Portal S1, com o seguinte título: “Em defesa do Padre Zé Coutinho”, em data de 02 de novembro de 2023. O colunista nos informa que mesmo sem procuração exerce a defesa do sacerdote que muitas vezes foi criticado por suas ações, a exemplo de quando celebrava missa para os detentos na Cadeia Pública de João Pessoa (1947) concedendo-lhe a eucaristia. Os seus críticos diziam que os presos não seriam dignos de receber a comunhão, ao que respondeu o religioso lembrando-lhes a passagem de Mateus 2:17. O texto ainda cita um fato acontecido numa cidade brejeira, em que Padre Zé foi até ao prefeito pedir-lhe uma ajuda para os pobres daquele município que residiam no seu abrigo, negando o gestor sob o pretexto de que desconhecia o seu número, replicando-lhe o sacerdote:   - O senhor que é prefeito não sabe imagine eu que sou apenas o portador do pedido! Segundo consta, a autoridade deu-lhe uma pequena contribuição, mas

Evolução do catolicismo, de Epaminondas Câmara

  Depois do livro de Boulanger Uchôa (Subsídios para a História Eclesiástica de Campina Grande), o que mais se aproxima acerca do registro histórico da religião campinense é o livro de Epaminondas Câmara: “ Evolução do catolicismo na Paraíba-aos 500 anos da descoberta do Brasil ” Moacir Germano, em suas notas introdutórias, destaca a destreza do autor, que ao mesmo tempo se apresenta como “historiador e artista”, comparando-o a Tolstói em seu clássico “Guerra e Paz”: “ E Epaminondas Câmara, ao que nos parece, tinha também essa consciência e guardava em si, intrinsicamente ligados, os espíritos do historiador e do artista ao mesmo tempo ” (CÂMARA: 2000). Foi imbuído nesse espírito que o escritor esperancense começou a escrever, para o órgão católico “A Imprensa”, artigos que foram publicados entre 9 de abril a 12 de agosto de 1950, totalizando sessenta textos que compuseram este livro sobre o catolicismo na Paraíba. O jornal “A Imprensa Catholica” foi criado em 1893 pela Diocese